31 julho, 2005

HOTEL LOS NINOS


A forma mais adequada de lutar contra uma existência efémera, é ter a coragem de melhorar o Mundo.Jolanda e Titus são exemplo desta coragem.

Abro um parêntese para agradecer ao Gonçalo Cadilhe, pelo seu livro de crónicas PLANISFÉRIO PESSOAL. A partilha das suas experiências proporcionou-me vaguear pelo mundo e ter contacto com estas ALMAS destemidas.

Não existem borlas no capitalismo, existe sim a opção de despender o nosso dinheiro de forma mais solidária. Foi o que fez o Gonçalo em Cuzco, ficando alojado no Hotel Los Ninos.



Após visitarem Cuzco e aperceberem-se da miséria em que muitas crianças sobreviviam, Jolanda e Titus decidiram tomar uma atitude. Desistiram dos seus empregos na Holanda e viajaram para Cuzco. Começaram por adoptar duas crianças, chegando ao final de um ano com uma família de doze meninos.
Entretanto, com a ajuda de alguns amigos, adquiriram uma casa colonial, transformando-a no Hotel Los Ninos. De forma a contribuir para a criação de riqueza em Cuzco, prescindiram de voluntários estrangeiros, recorrendo apenas a mão-de-obra natural do Peru.

O Hotel teve sucesso e começou a dar lucro, que decidiram investir na criação da fundação: Ninos Unidos Peruanos. Esta entidade é responsável actualmente pela alimentação, assistência médica e apoio escolar de 500 crianças!

Link da ONG: www.ninoshotel.com

28 julho, 2005

SPOT ROOTS: MARROCOS 1

Por que razão não partimos?
Será a distância?

A mais evidente é a geográfica. De automóvel cruzamos a fronteira de Espanha em duas horas , mas necessitamos de meio-dia para chegar a França. O resto da Europa só de avião, ou então, muita determinação, paciência e tempo.

Mas não é apenas a distância geográfica que nos separa da Europa. Existe outra, mais elitista, a económica. Espanha é alcançável mas a Europa central e a Escandinávia implicam um enorme esforço financeiro. Resta-nos a Europa de Leste, próxima economicamente mas distante geograficamente.

A distância mais curta para a Europa é a cultural. Sendo a responsável por colocar Marrocos, o país mais próximo de nós geograficamente e economicamente, no ponto oposto do planeta.

-Será consequência da publicidade negativa sobre os países muçulmanos?
-Será um preconceito nosso perante a diferença?
-Ou será que a cultura marroquina, se afasta efectivamente demasiado dos nossos padrões de vivência em sociedade?

Não sei a resposta. Mas conheço duas ALMAS NÓMADAS decididas a percorrer esta distância à procura de respostas!

Felicidades Hugo e Eliana
PRÓXIMA CRÓNICA: [SPOT ROOTS: MARROCOS 2]

27 julho, 2005

THE AMERICAN DREAM-CUBA V.1

Domingo 24 de Julho de 2005

...fasten your seat belts, place your seat back and tray tables in the upright and close position...

Foram estas as palavras que marcaram o início da aventura: THE AMERICAN DREAM – CUBA.



Que inveja Carlos...

Boa viagem, e boas descobertas!

PRÓXIMA CRÓNICA: [THE AMERICAN DREAM-CUBA V.2]

22 julho, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA ...

"Nas festas de Olímpia, uns convergiam para o negócio, uns para as corridas, uns para se divertirem e ainda outros só para observar o que acontecia. Estes eram os filósofos. Os últimos primavam pela contemplação desinteressada da azáfama interesseira dos outros homens.Os primeiros passavam pela vida sem reflectirem nem especularem sobre a verdadeira natureza da relação entre seres, sem tentarem perceber qual o verdadeiro sentido desta viagem." - Excertos da XIS, 11 de Junho 2005, jornal Público
Link para Nelsu, uma preta:
- [THE AMERICAN DREAM - CUBA II, III, IV, e V]

PRÓXIMA CRÓNICA: [THE AMERICAN DREAM-CUBA V.1]

20 julho, 2005

MISSÃO POSSÍVEL: CHINA 1

O talento da mente humana para tomar decisões é admirável. O interessante é que com a mesma prontidão que gera a decisão, desenvolve um oceano de premissas para a mesma. O resultado é o inicio de negociações com as pessoas que confiamos, de forma a justificar a nossa opção. O que procuramos não é aprovação mas sim compreensão. A decisão já está tomada e ninguém nos vai demover. Este passo pode parecer desnecessário, mas a procura da segurança de uma escolha correcta justifica-o.
O passo seguinte è preparar os meios necessários para atingir o nosso objectivo.
Este é o ponto onde se encontra o meu amigo Filipe Tavares. Está a preparar a sua primeira navegação solitária. O seu espirito errante levou-o a escolher a China como destino.



Nada melhor que um provérbio chinês para transmitir a minha compreensão:

Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

PRÓXIMA CRÓNICA: [MISSÃO POSSÍVEL: CHINA 2]

19 julho, 2005

MARATONA FOTOGRÁFICA

Vivo a 40 km do Porto e visito regularmente a cidade por motivos profissionais. Mas a realidade é que nunca despendi tempo para a visitar com a “curiosidade de viajante”. Esta atitude é comum a muitos de nós, deixamos sempre para amanhã a visita de lugares que nos rodeiam, a justificação é que devido à proximidade podemos conhecer estes locais em qualquer altura.



O Instituto Português de Fotografia organizou este fim-de-semana a 4.ª Maratona Fotográfica. O evento decorreu entre as 12 horas de sábado e as 12 horas de domingo, tendo como palco a cidade do Porto. O desafio despertou-me interesse devido à paixão que possuo pela fotografia, e a possibilidade de finalmente conhecer melhor a cidade Invicta.
Foram 24 horas intensas, de 4 em 4 horas tínhamos de passar por um posto de controlo, onde nos eram indicados 4 temas a fotografar:

- Vista do cimo da Torre dos Clérigos;
- Travessia de barco até a Afurada;
- Uma tarde na baixa;
- Finalmente a Casa da Música;
- Mais um copo;
- Reflexo da cidade;
- Viagem de eléctrico (rua da Restauração);
- O essencial é invisível para os olhos;
- …

O meu pretexto para não adiar mais a descoberta da cidade do Porto foi a Maratona.
O importante não é o pretexto. O importante é recordar que viajar não é só descobrir locais e culturas exóticas, é também conhecer a realidade que nos rodeia.

17 julho, 2005

ARGENTINOS NA BOLÍVIA 2


… Continuação

"Pero dejando a un lado la miseria que se ve en todos lados, está el paisaje. Un paisaje espectacular, increíble, que uno nunca se imagino que pudiera llegar a existir. Hay lugares en los que uno advierte una presencia especial, de algo superior, o supremo, uno siente a Dios muy cerca. En estos lugares (por ejemplo en La Isla del Sol) uno establece una conexión íntima con uno mismo. Uno entra en una sintonía perfecta con su propia alma y obtiene una capacidad de disernir insólita. Uno siente, sobre todas las cosas, amor.



Pero, sin embargo, creo que la experiencia más fuerte que viví fue la visita que hicimos a las minas de Potosí. Ese es un lugar lindísimo, con un paisaje espectacular, pero que está poblado de miseria, de hambre. Ahi los hombres trabajan en las minas, que son como infiernos. Se entierran en las profundidades de la tierra, con un calor sofocante, a trabajar la piedra, en un trabajo sobrehumano. Ahi los hombres son como hormigas verticales en un gran hormiguero, que es el Cerro Potosí.
Lo más impresionante es que la gente está resignada. No pretende una vida mejor, o más digna. Estan resignados a morir a los 30 años en las minas, por un derrumbe, por una infección en los pulmones o por lo que sea. Nadie vive más de los 34 años. Y comienzan a trabajar allí adentro a los 13 ó 14 años de edad. Es increíble. Y los más niños son los que hacen los peores trabajos, porque por ser pequeños pueden introducirse en los lugares más chicos y peligrosos.
Afuera de las minas el paisaje sigue siendo majestuoso. Si uno se olvida por un momento de las personas que viven y trabajan allí, disfruta de unas vistas increíbles.

Sin duda viajar me ha enriquecido mucho. Me he descubierto a mí mismo, he pensado como nunca, he conocido una cultura que creía que no existía, he aprendido a comprender ya a valorar lo que tengo, el lugar en donde vivo...

Si alguien me pidiera consejo, le recomendaría fervientemente que vaya, que viaje. Cualquier costo que deba asumir es claramente inferior a la riqueza con la que vuelve.

Saludos."


- Mariano Ferreyra

15 julho, 2005

ARGENTINOS NA BOLÍVIA 1

A essência do ALMA NÓMADA é a partilha de experiências errantes. Temos pioneiro: Mariano Ferreyra, Argentino que conheci na visita às minas de Potassi:

"La primera vez que viajé con una mochila en la espalda, unas pocas monedas en el bolsillo y una enorme necesidad de encontrarme o descubrirme a mi mismo, fue el enero pasado. Sentía esta necesidad ineludible dde descubrir quién soy, sabés qué quiero hacer, qué quiero para mi vida, quién soy.
Viajé con mi hermano y un amigo de ambos a Bolivia. Somos de Buenos Aires, Argentina, y como teníamos que volver a trabajar y estudiar sólo estuvimos de viaje 20 días. Sinceramente fue una experiencia inolvidable.



Primero viajamos a Jujuy, donde estuvimos unos días conociendo el norte Argentino que posee una belleza indescriptible. Conocimos, entre otros lugares: Purmamarca, Tilcara, Iruya, Humahuaca y la Quiaca. De La Quiaca cruzamos la frontera e ingresamos a Bolivia por la ciudad de Villazón. Desde este primer encuentro con Bolivia uno advierte la pobreza de este país.

Villazón es particularmente feo. Us una ciudad de paso, como una gran feria pobre de cosas poco valiosas e interesantes. De Villazón comenzamos a viajar y a conocer lugares y ciudades. Lo que más me impresionó de bolivia fue la pobreza que el país ostenta.
Hay pobreza a manos llenas por todos lados. Toda la gente es pobre. Y las ciudades también. En La Paz, la capital de Bolivia, uno ve los edificios que se vienen abajo, basura en todas las calles, cables que nublan el cielo, mendigos en todas las veredas... hasta quew llega un punto que te sofoca, te aturde y querés escapar de ello. Pero en la ciudad siguiente es igual.

Por otro lado la gente es muy especial. Es como si fuesen incivilizados. Se quedaron en el tiempo y no evolucionaron como sociedad. Es imposible lograr mantener una conversación con un boliviano porque, en primer lugar no te entienden, y en segundo logar lo único que les interesa es que les des unas monedas o algo para comer. " - Mariano Ferreyra

Continua...

14 julho, 2005

BUILDING NEW HOPE

"Nunca duvides de que um pequeno grupo de cidadãos responsáveis e empenhados consiga mudar o Mundo."

O livro de crónicas, PLANISFÉRIO PESSOAL, da viagem à volta do Mundo de Gonçalo Cadilhe, surpreende-me a cada virar de página. Transmitindo a sensibilidade do autor à diferença e o seu espírito crítico face à indiferença.
De entre as crónicas que já tive oportunidade de ler, existe uma que me fez parar e pensar na insignificância dos meus projectos: “Uma Americana em Granada”.

O episódio sucedeu na cidade colonial de Granada na Nicarágua. Seguindo o conselho de outros viajantes, o Gonçalo procurou dormida na casa de hóspedes da dona Tabor. Acabando por constatar que não se tratava de uma casa de hóspedes, mas sim de uma infra-estrutura de apoio a voluntários, que apenas recebe turistas quando possui quartos vagos.
A Sr.ª Tabor de origem americana renunciou em 2002 ao conforto da sua vida, criando uma fundação com amigos, com o objectivo de abrir a escola: Los Chavalos. Aqui os miúdos de rua, sem prespectivas de futuro e por vezes afundados no mundo da droga têm uma alternativa: a educação.


www.buildingnewhope.com

O projecto funciona com o apoio de voluntários, de todo o mundo, que disponibilizam algum do seu tempo e conhecimentos em benefício destes miúdos.
No decorrer da sua estadia, o Gonçalo teve a oportunidade de conhecer alguns destes voluntários: O Diego, natural da Venezuela, que ensina artes circenses, duas voluntárias canadianas responsáveis pelas crianças mais pequenas, um mexicano responsável por aulas de culinária e uma holandesa que transmitia os seus conhecimentos de inglês.
Acredito que o Gonçalo teve de ponderar muito sobre a decisão de partir. Estou convicto da sua vontade em ficar para ajudar. A realidade é que ajudou, acedendo ao pedido da dona Tabor: “Escreve no teu jornal (Expresso) que precisamos de voluntários. Um médico que queira vir um mês de férias à Nicarágua…, …um arquitecto que possa visitar algumas favelas e sugerir maneiras de melhorar a habitabilidade…, …que me contactem, eu organizo um programa de trabalho, eu dou continuidade às ideias, …” Resultando em várias ofertas de ajuda de Portugal.

Link da ONG: www.buildingnewhope.com

11 julho, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA - I

A viagem ainda não começou, mas o título já está encontrado: THE AMERICAN DREAM – CUBA.
O NÓMADA é o meu amigo Carlos Ramos, que está a planear a viagem da sua vida. Pretende vaguear por Cuba durante algumas semanas.


Havana - Cuba

American Dream expressa a ideia de que, através de trabalho árduo, coragem e determinação, qualquer pessoa nos EUA pode conquistar prosperidade.
Segundo o dicionário da Universal, prosperidade significa:
- qualidade ou estado do que é próspero;
- felicidade;
- progresso;
- riqueza.

Mais que o antagonismo evidente na escolha das palavras, pressuponho que o autor pretende alcançar a prosperidade:
- A felicidade de uma experiência única, onde o facto de viajar sozinho, será a força motivadora para o relacionamento com novas pessoas;
- O progresso do pensamento, consequência da oportunidade de constatar a real organização social de Cuba;
- A riqueza de quem parte sem preconceitos, procurando apenas atingir o estatuto de cidadão do mundo…

PRÓXIMA CRÓNICA: [THE AMERICAN DREAM-CUBA ...]

07 julho, 2005

ALMA DE VIAJANTE


Delta do Mekong, Vietname

Este site [ALMA DE VIAJANTE] foi-me apresentado por amigos alguns dias antes de atravessar o Atlântico com destino a Buenos Aires. O interessante é que só agora me apercebi da similaridade dos nomes. Esta semelhança, embora coincidência, espelha a partilha de um ideal:

“O curioso é que, quanto mais viajo, melhor me apercebo de quão pouco conheço do mundo e melhor noção tenho de que seriam precisas infinitas "férias de verão" durante todo o tempo de uma vida para sentir verdadeiramente o pulsar do planeta. E muito, muito mais dinheiro do que fazendo uma ou várias voltas ao mundo...” – Filipe Morato Gomes

Em colaboração com o jornal Público o Filipe publica todos os sábados no suplemento de viagens Fugas crónicas da sua aventura, partilhando a imensa riqueza multicultural vivida todas as semanas.
Simultaneamente divulga essas mesmas crónicas no seu espaço on-line: [ALMA DE VIAJANTE]

Localização Actual: O Filipe partiu de Braga há 352 dias e encontra-se neste momento em Buenos Aires, Argentina.

04 julho, 2005

CONHECER PARA PROTEGER 2de2

O associativismo é uma fuga ao capitalismo desenfreado, possibilitando-nos dar esperando somente em troca o enriquecimento cívico, intelectual e cultural.
Um exemplo é a Associação Amigos do Cáster , de índole ambientalista, dinamizadora de actividades tais como: – o programa de rádio semanal Hora Verde, – o suplemento jornalístico Praça Verde, – a Exposição de Espantalhos, – a mostra fotográfica Ambiente Imagens Dispersas, o Ciclone de Conferências, a Operação Solidariedade, …
Uma das actividades que maior gozo me dá participar são os Ecopasseios, responsáveis pelo contacto de algumas centenas de pessoas com locais de elevada importância ecológica que urge preservar.


Ecopasseio: Descida do Mondego

Na minha opinião, esta forma de educação ambiental, produz resultados acima da média. Os Ecopasseios permitem o contacto com a Natureza, usufruindo dela de forma relaxada, conhecendo o património cultural e melhorando as relações interpessoais. Permitem ainda verificar o melhor que a Natureza nos tem para oferecer assim como situações a rectificar.
Julgo que qualquer pessoa que chegue a uma magnífica praia fluvial e a encontre degradada ambientalmente, apercebe-se da real necessidade de utilizar de forma sustentável o património natural e incentivar a sua conservação.

Aproveito a ocasião para divulgar mais uma actividade dos Amigos do Cáster, o Eco-Ciclo-Pedi-Aqua-Paper, que pretende através de uma competição saudável dar a CONHECER locais espectaculares do nosso concelho (Ovar) a PROTEGER