RÚSSIA & MONGÓLIA VIII
"20h00, 6 de Outubro de 2010, de volta a Kharkhorin na Mongólia Central
Sanbainõ
O meu nome Filipe, tem origem no nome grego Fílipos. É uma composição de filéo e hippos que significam respectivamente “amar com afecto de amizade” e “cavalo”. Ou seja o meu nome significa “aquele que ama os cavalos”. Como prova da minha amizade, até hoje tenho deixado os cavalos em paz. Por um lado admiro a arte da cavalaria, mas por outro não me parece muito correcto controlar um animal como se fosse uma máquina. No entanto aqui na Mongólia onde existem 13 vezes mais cavalos do que pessoas, e onde a tradição da cavalaria persiste por todo o lado, é difícil não me deixar contagiar.
Um pouco por acaso encontrei em Kharkhorin quem organizasse expedições a cavalo mesmo para inexperientes como eu. Também aqui perto desta antiga capital encontra-se Tovkhon Khiid, um histórico templo budista curiosamente escondido nas montanhas. A sua localização remota torna-se ideal para uma expedição de 5 dias a cavalo, tal como uma peregrinação religiosa. Não demorei muito tempo a me decidir embarcar nessa aventura. Pouco depois duas francesas aproveitaram e juntaram-se a mim e ao meu guia para os 2 primeiros dias de viagem.
No estábulo escolheram 3 cavalos calmos fáceis de controlar, um cavalo para levar a carga, e outro para o guia. O primeiro contacto é muito importante. Se o cavalo se aperceber que o cavaleiro é um principiante e não sabe o que faz, o cavalo vai ignora-lo até o fim da viagem. Acho que falhei esse primeiro contacto. Apesar de ter algum controlo, o meu cavalo obedecia essencialmente aos comandos do nosso guia. Este teimava em apressar os cavalos contra as indicações do meu corpo cansado e desconfortável das horas seguidas a trote.
As viagens foram longas e exaustivas mas a recompensa superou o esforço. Ao longo de um rio, encontramos vastas paisagens das estepes povoadas pelas tendas de famílias nómadas e os seus animais. À noite mais uma oportunidade para conviver com os locais e experimentar o seu modo de vida. Mas o mais importante foi mesmo o contacto com os cavalos. É impossível não ficar encantado com estes animais.
Ao final do segundo dia, as francesas encontram-se com a sua boleia. Fico só eu e o guia para subirmos a montanha e finalmente chegar ao templo. De manhã o meu guia troca o meu cavalo por um dos delas. Eu que estava a ganhar afeição pelo meu, não gostei muito da ideia ao princípio. Mas mal monto o novo cavalo, senti-me um verdadeiro cavaleiro. O meu novo cavalo era completamente obediente aos meus pedidos. Não necessariamente melhor que o anterior, talvez apenas nos entendêssemos melhor. O meu cansaço não permitia acompanhar o ritmo normal do meu guia, e como me estava a safar bem sozinho, ele acabou por me deixar para trás à minha vontade. A experiência passou para outro nível então. É difícil descrever a minha satisfação.
Lá em cima das montanhas e no meio de uma floresta, encontrei um interessante templo budista ocupado apenas por alguns monges. O budismo instalou-se na Mongólia no século XVI quando um dos descendentes de Chinggis Khaan conheceu o líder Tibetano e se converteu. Por todo o lado foram construidos mosteiros e templos e o Budismo tornou-se a religião principal da Mongólia. Um dos grandes nomes do budismo Mongol foi Zanabazar que além de ter sido um grande líder espiritual, foi também um grande artista, principalmente como escultor. A sua herança encontra-se em mosteiros e museus por toda a Mongólia.
O templo que visitei foi fundado em 1653 precisamente por Zanabazar onde viveu, trabalhou, e meditou durante 30 anos. Daí a sua importância como centro de peregrinação. Tal como todos os outros, o templo foi destruido pelo governo comunista em 1937. Trinta mil monges foram massacrados na altura e outros milhares foram enviados para campos de trabalho na Sibéria. O Budismo e todas as outras religiões minoritárias reduziram-se ao secretismo. Alguns dos tesouros dos templos foram enterrados ou guardados pelos crentes mesmo correndo o perigo de serem descobertos. Só em 1990 com o nascer da democracia, a liberdade de religião foi recuperada. Os mosteiros e os templos foram reconstruidos, também por razões históricas. Pois depois de 2 gerações educadas como ateístas, a prática do Budismo hoje está ainda longe de ser o que foi outrora.
O regresso foi feito pelo mesmo caminho sempre de uma forma independente. O meu guia parecia satisfeito por chegar mais rapidamente ao destino e descansar na tenda. Partilhei o prazer de cavalgar nas estepes com uma dificuldade física crescente. Sem água a partir do terceiro dia, tive que satisfazer a sede apenas com o chá de leite das famílias nómadas. A comida também não era a mais variada e nem sempre a mais saborosa. Foi com grande satisfação que completei a minha expedição. De volta à cidade é tempo de recuperar forças e algum conforto.
Já não me resta agora muitos dias. Antes de regressar à capital vou tentar arranjar boleia até a próxima cidade de Tsetserleg, uma das mais bonitas capitais das províncias da Mongólia."
Filipe Tavares
PRÓXIMA CRÓNICA: [RÚSSIA & MONGÓLIA IX]
Sanbainõ
O meu nome Filipe, tem origem no nome grego Fílipos. É uma composição de filéo e hippos que significam respectivamente “amar com afecto de amizade” e “cavalo”. Ou seja o meu nome significa “aquele que ama os cavalos”. Como prova da minha amizade, até hoje tenho deixado os cavalos em paz. Por um lado admiro a arte da cavalaria, mas por outro não me parece muito correcto controlar um animal como se fosse uma máquina. No entanto aqui na Mongólia onde existem 13 vezes mais cavalos do que pessoas, e onde a tradição da cavalaria persiste por todo o lado, é difícil não me deixar contagiar.
Um pouco por acaso encontrei em Kharkhorin quem organizasse expedições a cavalo mesmo para inexperientes como eu. Também aqui perto desta antiga capital encontra-se Tovkhon Khiid, um histórico templo budista curiosamente escondido nas montanhas. A sua localização remota torna-se ideal para uma expedição de 5 dias a cavalo, tal como uma peregrinação religiosa. Não demorei muito tempo a me decidir embarcar nessa aventura. Pouco depois duas francesas aproveitaram e juntaram-se a mim e ao meu guia para os 2 primeiros dias de viagem.
No estábulo escolheram 3 cavalos calmos fáceis de controlar, um cavalo para levar a carga, e outro para o guia. O primeiro contacto é muito importante. Se o cavalo se aperceber que o cavaleiro é um principiante e não sabe o que faz, o cavalo vai ignora-lo até o fim da viagem. Acho que falhei esse primeiro contacto. Apesar de ter algum controlo, o meu cavalo obedecia essencialmente aos comandos do nosso guia. Este teimava em apressar os cavalos contra as indicações do meu corpo cansado e desconfortável das horas seguidas a trote.
As viagens foram longas e exaustivas mas a recompensa superou o esforço. Ao longo de um rio, encontramos vastas paisagens das estepes povoadas pelas tendas de famílias nómadas e os seus animais. À noite mais uma oportunidade para conviver com os locais e experimentar o seu modo de vida. Mas o mais importante foi mesmo o contacto com os cavalos. É impossível não ficar encantado com estes animais.
Ao final do segundo dia, as francesas encontram-se com a sua boleia. Fico só eu e o guia para subirmos a montanha e finalmente chegar ao templo. De manhã o meu guia troca o meu cavalo por um dos delas. Eu que estava a ganhar afeição pelo meu, não gostei muito da ideia ao princípio. Mas mal monto o novo cavalo, senti-me um verdadeiro cavaleiro. O meu novo cavalo era completamente obediente aos meus pedidos. Não necessariamente melhor que o anterior, talvez apenas nos entendêssemos melhor. O meu cansaço não permitia acompanhar o ritmo normal do meu guia, e como me estava a safar bem sozinho, ele acabou por me deixar para trás à minha vontade. A experiência passou para outro nível então. É difícil descrever a minha satisfação.
Lá em cima das montanhas e no meio de uma floresta, encontrei um interessante templo budista ocupado apenas por alguns monges. O budismo instalou-se na Mongólia no século XVI quando um dos descendentes de Chinggis Khaan conheceu o líder Tibetano e se converteu. Por todo o lado foram construidos mosteiros e templos e o Budismo tornou-se a religião principal da Mongólia. Um dos grandes nomes do budismo Mongol foi Zanabazar que além de ter sido um grande líder espiritual, foi também um grande artista, principalmente como escultor. A sua herança encontra-se em mosteiros e museus por toda a Mongólia.
O templo que visitei foi fundado em 1653 precisamente por Zanabazar onde viveu, trabalhou, e meditou durante 30 anos. Daí a sua importância como centro de peregrinação. Tal como todos os outros, o templo foi destruido pelo governo comunista em 1937. Trinta mil monges foram massacrados na altura e outros milhares foram enviados para campos de trabalho na Sibéria. O Budismo e todas as outras religiões minoritárias reduziram-se ao secretismo. Alguns dos tesouros dos templos foram enterrados ou guardados pelos crentes mesmo correndo o perigo de serem descobertos. Só em 1990 com o nascer da democracia, a liberdade de religião foi recuperada. Os mosteiros e os templos foram reconstruidos, também por razões históricas. Pois depois de 2 gerações educadas como ateístas, a prática do Budismo hoje está ainda longe de ser o que foi outrora.
O regresso foi feito pelo mesmo caminho sempre de uma forma independente. O meu guia parecia satisfeito por chegar mais rapidamente ao destino e descansar na tenda. Partilhei o prazer de cavalgar nas estepes com uma dificuldade física crescente. Sem água a partir do terceiro dia, tive que satisfazer a sede apenas com o chá de leite das famílias nómadas. A comida também não era a mais variada e nem sempre a mais saborosa. Foi com grande satisfação que completei a minha expedição. De volta à cidade é tempo de recuperar forças e algum conforto.
Já não me resta agora muitos dias. Antes de regressar à capital vou tentar arranjar boleia até a próxima cidade de Tsetserleg, uma das mais bonitas capitais das províncias da Mongólia."
Filipe Tavares
PRÓXIMA CRÓNICA: [RÚSSIA & MONGÓLIA IX]
1 Comments:
ESTIMADOS HERMANOS:
Solicito la comunicacion del blog a YOGAENGUATEMALA.BLOGSPOT.COM del proyecto Vrinda de que mi resucitado padre JORGE SANTOS alias JORGE MEDINA SANTOS lo convertí en Buda mongol y está casado con NANDU PARVATI DEVI DASI quien es la directora del templo de HARE KRISHNA de mi nacion Guatemala por la alianza cultural Vrindavan para que me adjudiquen en el yoga porque la Diosa hindú Radhá tambien viene a mi colonia a visitarme de vez en cuando por mis encarnaciones divinas de los Dioses hindúes y de los Budas de Asia amarilla. Richard Shaw (maestro del YOGAENGUATEMALA.BLOGSPOT.COM del proyecto Vrinda) me abomina porque me calumniaron de violador sexual masoquista por mis conspiradores apologales de los vórtices virtuales que me exploran esotéricamente desde el año de 1,992 hasta la fecha actual 2,016 con la calumnia inicial de prevaricador para concederme una necrofilia voyeurista popular frustrada por los tales para calumniarme de violador sexual masoquista actualmente. Revisen a mis comentarios del blog de YOGAENGUATEMALA.BLOGSPOT.COM del proyecto Vrinda porque por tal razon, Richard Shaw me calumnió de violador sexual por intrigas de su esposa. Tengan cuidado si los tales inciden en clasificar la informacion total de mis comentarios para filtrarme mendazmente como treta.
Atentamente:
Jorge Vinicio Santos Gonzalez,
Documento de identificacion personal:
1999-01058-0101 Guatemala,
Cédula de Vecindad:
ORDEN: A-1, REGISTRO: 825,466,
Ciudadano de Guatemala de la América Central.
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