30 novembro, 2005

NAÇÕES E ESTADOS: CURDISTÃO

Existem mais de 300 nações que não são Estados, o Curdistão representa a maior etnia no mundo sem Estado, 30 milhões de pessoas que partilham uma língua comum: – o curdo, uma religião comum: - muçulmana sunita e uma história comum que se reflecte no seu sonho de autonomia.
Os Curdos resultam da miscigenação entre Turcos, Persas e Árabes, vivendo dispersos há séculos numa região montanhosa do oeste asiático, que se estende pela Turquia, Iraque, Síria, Irão, Azerbeijão e Arménia.

A maioria vive no sudoeste da Turquia e no norte do Iraque, em comunidades rurais cultivando algodão, tabaco e beterraba, criando ovelhas e fabricando tapetes. Os restantes vivem e trabalham em cidades de onde se destacam: Mahabad, Sanandaj e Bakhtaran, no Irão, Irbil, Kirkuk, Mossul e Sulaymaniyah, no Iraque, e Diyarbakir, Erzurum e Van, na Turquia.
Esta terra magnífica, fonte dos grandes rios Tigre e Eufrates, onde as estradas ligam o Mediterrâneo ao Cáucaso, possui relevo acidentado na Alta Mesopotâmia, onde se localiza o seu ponto com maior altitude, o monte Ararat, (5165m), suavizando-se até aos planaltos do norte iraquiano. O clima é belo mas severo: frio e neve no Inverno, quente no Verão.

O Curdistão nunca formou um Estado independente, mas gozou de uma autonomia relativa até 1639, momento em que o território foi repartido entre os impérios persa (Irão) e otomano. Com o desmembramento do império otomano o Curdistão foi mais uma vez dividido, entre a Turquia e o Iraque. Passando a sofrer ainda mais pressão para a perda da sua identidade através da proibição da sua língua e cultura.
 
Desde do tratado de Sévres, no final da 1.ª Guerra Mundial, que definia as fronteiras da Turquia e previa a criação de um Estado Curdo, passando pela tentativa dos Curdo iranianos de criar a efémera republica de Mahabad no decorrer da 2.ª Guerra Mundial, e pelos Curdos iraquianos que tentaram aproveitar a instabilidade da ascensão de Saddam Hussein ao poder nos anos 70 e a derrota do Iraque na Guerra do Golfo, até à recente luta do PKK na Turquia, os Curdos foram brutalmente perseguidos, experimentando tudo desde promessas quebradas, deslocação forçada, ataques com armas químicas até o próprio genocídio.

Agora entendo o velho provérbio curdo:

- Os Curdos não têm amigos a não ser as montanhas!

08 novembro, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA – XIII

Publicado originalmente em:[Nelsu, uma preta!]

O 31º dia do mês de Julho de 2005 «Año de la Alternativa Bolivariana para las Américas» - De Santa Clara a Remédios e voltar.
... - Já em Remédios, na casa de cultura da cidade fui convidado a assistir ao concurso nacional literário. Estava na fase provincial…
…Em muitos casos não conseguia acompanhar, mas foi interessante o despertar de emoções quando um dos participantes leu o texto de sua autoria “O Cavaleiro Andante de Yugui”. [IMAGEM]

Pela tarde caminhei por Remédios e visitei a “Escuela Frank País Garcia” de ensino básico. Passei a tarde com professora [maestra] Lyolexis, e os seus filhos Emeris e Marcos. Apresentaram-me José Martí [Em Português] símbolo nacional cubano:



[IMAGEM]
[THE AMERICAN DREAM - CUBA – XXII e XIII]

No 1º dia de Agosto de 2005 «Año de la Alternativa Bolivariana para las Américas» - Santa Clara.

Este dia foi a pedalar entre a Batalha de Santa-Clara e a visão da Avenida do Papa. Entretanto tomei uma ”pinga” com o meu companheiro Luís...
...E assim o Luís insistiu que fosse na parte de trás da sua bicicleta. Dado a insistência e ao seu profundo estado ébrio, questionei-o porque não ser eu levar a bicicleta. Como eu era a visita ele "não me quis contrariar". Para cima foi penoso, para baixo perigoso…
[THE AMERICAN DREAM - CUBA – XXIV]

Em diversos dias de Agosto de 2005 «Año de la Alternativa Bolivariana para las Américas» - Jogos e desporto em Cuba. Santa Clara, Trinidad, e La Habana.
1. Competição escolar inter-provincial de voleibol. O serviço do jogador da equipa do estado de Santiago de Cuba em Santa-Clara. O movimento é supervisionado pelo "Comandante en Jefe"...
[IMAGEM]
[THE AMERICAN DREAM - CUBA – XXV]

-Carlos Ramos

PRÓXIMA CRÓNICA: [THE AMERICAN DREAM-CUBA XIV]

05 novembro, 2005

SENTADO NAS NUVENS 5

Publicado originalmente em:[Sentado Nas Nuvens]

Para tudo na vida existe um fim. Esta crónica sobre a minha viagem a Salvador da Bahia termina aqui e agora. Pela primeira vez na vida satisfiz um sonho vezes sem conta adiado devido a “problemas de força maior”.

Nesta minha viagem aprendi a olhar o mundo de forma diferente, senti a vida dos brasileiros como eles a sentem, vi no meio de uma pobreza extrema um povo com uma alegria sem igual.
[Praia de Jacuipe]
Retive nas minhas humildes retinas imagens de uma beleza que até então nunca tinho tido a felicidade de ver. Senti que em muitos desses locais abençoados Pelo Criador a mão do homem e a sua face mais cruel e sinistra ainda não causou estragos. Conversei com os “protectores” das tartarugas marinhas, outrora caçadores das mesmas.

Esta viagem demonstrou-me que apesar das minhas limitações físicas com muito humor, algum improviso e a companhia certa, poderei disfrutar do mundo e por alguns dias esquecer por completo as contrariedades da vida.

Ao meu amigo e colega de trabalho Alma Nómada um forte abraço na certeza porém que as suas viagens são também minhas uma vez que as vivo com facilidade, basta fechar os olhos.

Adoro este mundo!

- Alberto Fernandes

FIM

02 novembro, 2005

NAÇÕES E ESTADOS

A ONU reconhece actualmente 191 Estados, nações politicamente organizadas por leis próprias, que praticam os seus impostos e possuem fronteiras, exercendo poder sobre quem as cruza.

Consultando planisférios políticos de diferentes épocas constata-se que as fronteiras dos Estados sofreram diversas alterações no decorrer da história, mas não é só a sua geografia que se tem alterado, o próprio conceito tem evoluído. Desde das barreiras naturais, passando pelos elementos introduzidos pelo Homem, até algumas que apenas encontram significado em documentos não existindo qualquer evidência no local das mesmas.

Perdidos por entre as fronteiras de Estado encontram-se Homens ligados por laços históricos, culturais ou linguísticos e pelo sonho de autonomia.
Esta definição de nação, descreve um povo que se sente como tal, não depende do local no mundo onde habita mas sim do espírito nacional que os une.
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Existem registos de mais de 300 nações que não são Estados, um exemplo é o Curdistão, é composto pela etnia curda que vive dispersa em diferentes países. É uma nação sem capital, sem equipa de desportos e sujeita às leis de cada país onde habitam os seus membros.

È curioso, a evolução do conceito de fronteira de Estado aproxima-se do significado de fronteira de nação, algo de concreto só definido em documentos e sem evidências físicas!

Com a finalidade de vos apresentar um desafio, proponho-me a construir um humilde planisfério de nações que não são Estados. Sempre que viajamos referimos Estados como destino, o repto, é que a vossa próxima viagem tenha como destino uma nação!

Estou ciente que será impossível coleccionar carimbos no passaporte, mas estou seguro que irão coleccionar algo mais importante, o conhecimento da cultura, da história e da língua destes povos sem Estado.