31 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” VI

Antigua - Guatemala 30 de Julho 21h20

Na minha memória estão imagens de vulcões, mares de águas cristalinas, tubarões e tartarugas, povos indígenas, ruínas Maias, banhos em rios no meio da selva, macacos, pelicanos, tucanos,...

A América Central está a surpreender-me, a sua beleza e sua hospitalidade tem-me proporcionado dias magníficos e imensas histórias para contar.


A minha passagem para a Guatemala foi precedida de uma pequena paragem na fronteira para conhecer as ruínas de Yaxchilán e Bonampak. Para tal tive que navegar pelo rio Usumacinto (define a fronteira do México com a Guatemala). As ruínas encontram-se rodeadas por selva criando um cenário mágico que jamais esquecerei! O descanso deste dia, cheio de emoções, aconteceu num pequeno povo indígena numa cabana no meio da selva com um pequeno rio nas traseiras.

Cruzar fronteiras é sempre algo que nos cria expectativas: - Como será do outro lado? - Será muito distinto deste país que me acabei de ambientar? Será seguro?... Mais uma hora numa barca no rio Usumacinto e surge o humilde posto de controlo da fronteira da Guatemala. Este carimbo no passaporte fez-me vislumbrar o contraste da selva densa no México com a sua total destruição na Guatemala, resultado da estratégia governamental de destruir tudo que pudesse camuflar os rebeldes no decorrer da recente sangrenta guerra civil.

Chegados a Tikal ( a minha cota de ruínas Maias está cumprida) alugámos uma tenda e preparamos tudo (mais ou menos) para acordar bem cedo para assistir ao nascer do sol neste luxuriante paraíso antropológico.


Como sempre em viagem conhecemos novas pessoas com quem criamos afinidade e partilhamos destinos. Foi o que aconteceu com Ossama mas chegou o momento de cada um seguir o seu destino. O meu é o Belize, pretendo ter também um pouco daquilo que é mais procurado em férias: praias calientes com palmeiras e zero stress. Caye Caulker é o que procuro mas para lá chegar, tenho que passar pela antiga capital deste atípico país da América Central. Aqui a maioria das pessoas é de descendência africana e a língua oficial é o Inglês. Antiga colónia inglesa possui a reduzida população de 266 mil habitantes!

Aproveitei o tempo de espera pelo Water Taxi ( Caye Caulker é uma pequena ilha protegia pela enorme barreira de coral do Belize) para cortar o cabelo num rasrtabarbeiro, não adianto pormenores!

Panajachel - Lago de Atitlán - Guatemala 30 de Julho 14h20

Finalmente justifiquei o meu investimento no curso de mergulho. Nadar com tubarões, tartarugas gigantes, moreias e peixes tropicais por entre corais e algas, no segundo maior recife de coral do mundo, foi até ao momento a minha melhor experiência nesta viagem!


O restante tempo que permaneci neste ilhéu foi na companhia de outros backpackers desfrutando das praias, da música, da vida!

Após 24 horas em barco, autocarros de "galinhas" e mini bus cheguei à antiga capital da Guatemala - Antigua. Esta cidade colonial é a base para se explorar os vulcões em redor sendo o mais impressionante e mais activo o Pacaya. Antes de partir para explorar o vulcão tive a oportunidade de assistir ao desfile de autocarros que celebravam o dia de San Critoban, padroeiro dos motoristas. Se num dia normal estes autocarros não passam despercebidos hoje muito menos!


A subida ao Pacaya ocorreu debaixo de chuva, mas quando atingimos o destino o sol cumprimentou-nos e iluminou um cenário de rios de lava e pedra vulcânica recém solidificada.


Neste momento encontro-me resguardado da chuva a planear visitar algumas aldeias indígenas nas margens do lago Atitlán e na viagem para El Salvador para me juntar ao meu novo companheiro de viagem que acabou de chegar ao Panamá.

PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” VII]

27 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” V.2

San Critobon de las Casas


Catedral San Critobon de las Casas

Palenque
PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” VI]

26 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” V.1

Diego Rivera

Extreme Dance

Frida Kahlo
PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” V.2]

24 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” IV

Palenque 23 de Julho 21h46


Situacao Politica no México PRD vs PAN

Estou cansado a transpirar como um louco, mas mais rico que nunca!

Este pensamento surgiu ao pagar a conta de duas cervejas, disse para o meu colega de viagem: -Estou a gastar dinheiro mas sinto-me mais rico!

Este pensamento não resulta apenas do imenso que aprendi acerca da cultura e politica dos povos que tive contacto, mas também devido as longas conversas sobre politica e cultura que tenho mantido com este viajante. De origem Sudanesa mas actualmente a viver na Austrália, Osama teve que procurar o estatuto de refugiado devido aos seus ideais de esquerda! O convite está feito, espero um dia publicar a sua história escrita na primeira pessoa.


Ismaeil Abdel Alhafiz - Sudanese artist

Adorava partilhar neste momento o que tenho aprendido mas vai ter que ficar para futuras conversas de café. Algumas pistas para pesquisarem na Net:

- Movimento Zapatista;
- Subcomandante Marcos;
- Os povos indígenas de San Juan Chamula e San Lorenzo Zinacantán;
- Ruínas Maias de Palenque.

Amanhã vou partir com destino a Guatemala mas com uma paragem para conhecer as ruínas de Yaxchilán e Bonampak. A viagem promete pois é um misto de Autocarro e barco! O meu objectivo na Guatemala é conhecer Tikal (sim, mais ruínas Maias no meio da selva!). Depois quem sabe Belize e uns banhos no Caribe para relaxar (férias das férias).

PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” V.1]

21 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” III

Próximo destino: San Cristobal da las Casas, coração da nação Chipas e base do movimento Zapatista no México

Estou ciente da minha visão superficial desta imensa metrópole. A sua história desde das civilizações pré-colombianas, passando pela revolução mexicana até a actual luta pelo poder entre o PRD e o PAN, assim como o legado de artistas como Diego Rivera, Frida Kahlo e José Luís Cuevas justificavam o prolongamento da minha estadia, mas infelizmente só possuo cinco semanas para cumprir o meu designo!

Por obra do acaso fiquei hospedado no centro histórico, perto do Palácio Nacional, famoso pelos seus murais de Rivera. Acertei na porta de entrada no México o mural: México a Través de Los Siglos traduz toda a história da civilização mexicana desde o deus Quetzalcóatl até à revolução mexicana. Para se compreender o trabalho de Rivera é necessário conhecer a história do México, pois então à que prestar atenção aos que os guias de grupos estão a dizer e acompanhar com a leitura da história no meu guia.

Desde da matança de Cotés até à independência do México e a revolução mexicana que me apresenta Emilio Zapata apreendi um pouco mais sobre este país.

Outro mural que me despertou interesse: Luta de Classes - " Toda a história da humanidade até este dia é uma história de luta de classe. Para nós não se trata de transformar a propriedade privada, mas sim aboli-la. Não se trata de suavizar a diferença de classes, mas sim destruí-las. Não se trata de reformar a sociedade actual, mas sim formar uma nova." - Karl Marx

PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” IV]

18 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” II

Finalmente cheguei à cidade do México!

A Ibéria como tem sido tradição não me deixou partir no voo planeado, desta vez foi resultado de um atraso de 3 horas no voo Porto Madrid. Acabei por passar a noite num hotel em Madrid partindo ao meio-dia com destino à enorme cidade do México. A visão aérea sobre a cidade assusta devido à sua dimensão. Apanhei o metro para o centro histórico e se a visão aérea sobre a cidade fez-me sentir minúsculo, a viagem de metro confirmou esta sensação. São milhares de pessoas num frenesim constante em todas as direcções!

Já arrisquei a provar a famosa comida mexicana e conclui que sou um cobarde. O bife á mexicana è de morte, o molho de tomate era tão picante que apenas consegui comer a bife e umas tostas que o acompanhavam.

Embora sejam apenas 11 horas da noite vou subir para os meus aposentos para tentar por o sono em dia.

Saudações Mexicanas

HHélder


PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” III]

16 julho, 2006

“NÁ’MÉRICA CENTRAL” I

São 16 horas e 30 minutos, estou a 4 voltas completas do ponteiro dos minutos para partir! Sentado em frente ao computador tento esconder o nervosismo que começa a inundar os meus pensamentos e que bloqueia a minha capacidade para escrever.


Parto com o objectivo de em 5 semanas ligar a cidade do México à cidade do Panamá.
Hoje nada mais surge, estou a ser constantemente interrompido pela verificação mental da minha bagagem.
Vamos lá sintonizar novamente o ALMA NÓMADA no vosso quotidiano. Prometo trabalhar arduamente para justificar a vossa visita! (Ou não!)
PRÓXIMA CRÓNICA: [“NÁ’MÉRICA CENTRAL” II]