MISSÃO POSSÍVEL 3: MADAGÁSCAR VII
15h00, 30 de Novembro de 2008, Estação de Taxi-Brousse de Manakara
Salama!
Aguardo a partida do meu transporte para Antananarivo e aproveito para escrever mais um pouco. Nos últimos dias tenho viajado muito rápido e agora preparo-me para ainda mais uma maratona de Taxi-Brousse até o Norte de Madagáscar.
A partida da praia de Anakao foi algo atribulada com o mar turbulento e eu no barco literalmente a tomar um duche de água salgada durante toda a hora da viagem. De volta a Toliara apanhei o meu primeiro Taxi-Brousse para o parque nacional de Isalo. Não foi tão mau como se diz. Tive direito ao meu próprio lugar no mini-bus e à parte de uma galinha me fazer cócegas nos pés, a viagem foi rápida e decorreu sem problemas.
Salama!
Aguardo a partida do meu transporte para Antananarivo e aproveito para escrever mais um pouco. Nos últimos dias tenho viajado muito rápido e agora preparo-me para ainda mais uma maratona de Taxi-Brousse até o Norte de Madagáscar.
A partida da praia de Anakao foi algo atribulada com o mar turbulento e eu no barco literalmente a tomar um duche de água salgada durante toda a hora da viagem. De volta a Toliara apanhei o meu primeiro Taxi-Brousse para o parque nacional de Isalo. Não foi tão mau como se diz. Tive direito ao meu próprio lugar no mini-bus e à parte de uma galinha me fazer cócegas nos pés, a viagem foi rápida e decorreu sem problemas.
No parque nacional de Isalo existe a gruta dos Portugueses, uma caverna com uma pequena construção que se crê ter sido feita pelos primeiros europeus a explorar a ilha de Madagáscar. Só pelo nome fiquei curioso mas o local é tão remoto que obriga a uma caminhada de 6 dias. Optei por um percurso mais curto de 2 dias com uma noite de campo. O parque é basicamente uma enorme montanha arenosa formada na era do Jurássico. A caminhada teve início nas planícies que a rodeiam e depois fomos subindo até o planalto. As paisagens são muito distintas e espectaculares. Não existe muita vegetação na maior parte do parque mas sempre que nos aproximámos dos diversos canais de água existentes, o cenário transforma-se numa autêntica floresta tropical com algumas cascatas e piscinas naturais de bónus.
O local de acampamento foi precisamente numa dessas florestas e os nossos guias não paravam de nos chamar para vermos alguns animais, mochos, camaleões, lagartos, insectos camuflados em ramos e flores, e muitas cobras. Felizmente a minha tenda bem fechada não deixava passar nada.
No final do segundo dia de visita aproveitei para continuar a viagem para norte até à cidade de Fianarantsoa.
A Réseu National des Chemins de Fer Malgaches é constituída por mais de 1000 Km de linhas de caminho de ferro. Esta herança da época colonial sob o domínio dos Franceses, reduz-se actualmente a uma série de estações e linhas abandonadas, excepto num pequeno troço entre Fianarantsoa e Manakara na costa Este da ilha em que o comboio ainda circula tal e qual como os Franceses deixaram.
No final do segundo dia de visita aproveitei para continuar a viagem para norte até à cidade de Fianarantsoa.
A Réseu National des Chemins de Fer Malgaches é constituída por mais de 1000 Km de linhas de caminho de ferro. Esta herança da época colonial sob o domínio dos Franceses, reduz-se actualmente a uma série de estações e linhas abandonadas, excepto num pequeno troço entre Fianarantsoa e Manakara na costa Este da ilha em que o comboio ainda circula tal e qual como os Franceses deixaram.
Foi uma viajem ao passado numa linha que atravessa plantações de chá e café, florestas tropicais, 17 estações locais, 48 túneis, montanhas, e até algumas cascatas. Esta viagem de comboio é actualmente uma atracção turística com 2 carruagens de primeira classe para os estrangeiros e apenas 1 carruagem de segunda classe (e 4 de carga) para o povo. Ainda assim este comboio que alterna o sentido da viagem todos os dias continua a ser o principal meio de transporte para as pequenas povoações ao longo da linha que a utilizam para transportar as suas colheitas. Eu achei que seria mais engraçado viajar na segunda classe no meio dos populares mas acabei por me enfiar numa carruagem totalmente apinhada incapacitado de me mexer.
Após 2 paragens lá consegui sair por cima das pessoas e troquei para uma das carruagens de carga, também com pessoas mas com mais espaço e uma grande porta para apreciar as paisagens. A viagem foi um autêntico piquenique com vendedores de todo o tipo de snacks em todas as paragens.
À chegada de Manakara tive que abrir caminho por entre os insistentes condutores de Pousse-Pousse. Por todo o Madagáscar e aqui em Manakara em particular existem muitos condutores de táxis versão carrinho de mão. Não gosto nada da sensação de ser transportado à custa do esforço físico de alguém. Mas é o trabalho de muita gente e mais um negócio que posso proporcionar. Estes transportes não são exclusivos dos turistas, pelo contrário são utilizados por toda a gente. É estranho ver crianças a irem para a escola transportadas por um Pousse-Pousse.
Nem sequer é um transporte mais rápido do que ir a caminhar, é apenas mais cómodo.
À chegada de Manakara tive que abrir caminho por entre os insistentes condutores de Pousse-Pousse. Por todo o Madagáscar e aqui em Manakara em particular existem muitos condutores de táxis versão carrinho de mão. Não gosto nada da sensação de ser transportado à custa do esforço físico de alguém. Mas é o trabalho de muita gente e mais um negócio que posso proporcionar. Estes transportes não são exclusivos dos turistas, pelo contrário são utilizados por toda a gente. É estranho ver crianças a irem para a escola transportadas por um Pousse-Pousse.
Nem sequer é um transporte mais rápido do que ir a caminhar, é apenas mais cómodo.
O Hotel em que passei a noite em Manakara parece ser o maior e melhor da Vila. O empregado enquanto mostrava-me o quarto fez uma careta e coçou-se até um lagarto sair por entre os botões da camisa! Em quase todos os quartos tenho visto estes amigos lagartos que me fazem o favor de trepar e comer os mosquitos das paredes, mas nunca tinha visto um que fizesse parte do “serviço” do Hotel.
Ainda em Manakara aluguei uma bicicleta para conhecer a Vila e as pequenas povoações ao longo da costa, terminando assim minha visita ao sul do país. Agora preparo-me para muitas horas de estrada de volta à capital e continuando para norte até à Ilha de Sainte Marie. Aqui despedi-me finalmente de Javi e da Cristina, o simpático casal Basco de San Sebastian que tinha vindo a fazer o mesmo itinerário que eu desde a expedição do rio Tsiribihina.
Ainda em Manakara aluguei uma bicicleta para conhecer a Vila e as pequenas povoações ao longo da costa, terminando assim minha visita ao sul do país. Agora preparo-me para muitas horas de estrada de volta à capital e continuando para norte até à Ilha de Sainte Marie. Aqui despedi-me finalmente de Javi e da Cristina, o simpático casal Basco de San Sebastian que tinha vindo a fazer o mesmo itinerário que eu desde a expedição do rio Tsiribihina.
- Filipe Tavares
PRÓXIMA CRÓNICA: [MISSÃO POSSÍVEL 3: MADAGÁSCAR VIII]
1 Comments:
Pena é não ter paisagens .Tenho lá um FIlho Adoctivo ,e queria muito que ele viesse viver connosco. Já me imformei , mas só com contrato de trabalho, o que não consigo.Ele já esteve cá nos estaleiros de Silva vieira mas não consegui nada
Se me pode ajudar a traze-lo mais a familia agradecia do coraçao.
Clara silva
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