23 junho, 2005

LIMITE: O CÉU 3.3


O salto com abertura automática efectua-se a 4000 pés (1200m) de altitude, através de uma tira extractora fixada ao avião. A abertura total do pára-quedas ocorre quatro segundos após o salto para o vazio.

Os primeiros 4 eleitos alinharam-se na pista por ordem contrária à do salto. Iríamos saltar divididos em dois grupos desfasados 3 a 4 minutos. A ordem de salto foi definida pela natureza, a prioridade foi dada ao elemento mais pesado de forma a evitar contactos de terceiro grau. Eu fui o penúltimo a entrar o que implica ser o segundo a sair!



3, 2, 1 contacto, o avião iniciou a sua marcha em direcção ao céu. Foi gradualmente aumentando a sua velocidade. Até se perder aquela ligação à terra que tanta paz nos transmite.

A adrenalina é uma substância conhecida por todos, mas estou convicto que o meu organismo iniciou a produção de substâncias químicas, que jamais ouvi falar, elevando-me a um estado totalmente novo para mim.

Restava-me apenas alguns minutos para reunir coragem como nunca tinha necessitado.

Decidi rever mais uma vez os procedimentos:
- Assumir a posição de salto na porta do avião;
- 331, 332, 333, 334 olhar para o pára-quedas e verificar se está tudo ok, se não há enrolamentos nos cordões, se todas as células da calote estão cheias e se o slider desceu;
- Verificar se não há outros pára-quedistas na área;
- Desbloquear os manobradores e constar se o pára-quedas obedece às minhas ordens;
- Identificar o local de aterragem, definir o cone de vento, localizar o início do circuito de aterragem (1000pés), o través (500pés) e o ponto de viragem ao vento (250pés) onde devo dar a máxima velocidade travando de forma decidida apenas a alguns metros do chão.



Olhei para o altímetro – 4000pés, o lançador (responsável por definir o local de lançamento) está louco, está a abrir a porta do avião em pleno voo…
PRÓXIMA CRÓNICA: [LIMITE: O CÉU 3.4]