04 junho, 2005

FRONTEIRAS NA NOSSA MENTE 2

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Quando caracterizamos Portugal referimos com orgulho a reduzida dimensão territorial em contraste com a colossal diversidade de paisagens. Seria natural usufruirmos desta riqueza, mas insistimos em despender o nosso tempo livre em centros comerciais, em frente à TV, em cafés ou a discutir futebol.

Este estado de Hibernação está a promover fronteiras dentro do nosso país. Embora não gerem o mesmo consenso que as entre países, elas existem na mente de muitos.
Um exemplo concreto é a fronteira litoral/interior, de localização geográfica variável mas com essência criadora comum a todos.

A maioria dos portugueses está concentrada no litoral, onde o acesso às necessidades capitalistas é mais fácil, resultando num afastamento com a realidade do interior e encetando o processo de construção desta fronteira preconceituosa.
A ideia comum é que o interior está mais atrasado, que os locais se entretêm a assistir a novelas e a ouvir música popular, que o acesso à cultura é mais difícil, e que este território só serve para realizar raids de Jeep.

Reconheço que existe uma fronteira real, o acesso ao emprego mas todas as outras são fictícias. O acesso à cultura, à informação ou à prática de um desporto depende exclusivamente da determinação de cada indivíduo.
É um facto que o analfabetismo e a dificuldade ou desconhecimento do recurso Internet é superior no interior, mas é somente consequência de a população ser mais envelhecida.
Casas da juventude, auditórios municipais e outras infra-estruturas culturais estão generalizadas pelo interior. Situação deficitária no litoral, onde alguns concelhos não possuem sequer um pequeno auditório para apresentação de eventos culturais!

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No decorrer da nossa estadia pelo Parque natural do Douro Internacional constatámos uma peça de teatro com Óscar Branco no auditório de Freixo De Espada À Cinta, presenciámos um grupo de jovens em Urrós (Miranda do Douro) numa esplanada com dois portáteis conectados à Internet, como qualquer indivíduo num centro comercial e verificámos que a agenda cultural de Mogadouro é consideravelmente maior à de Ovar!

Acabe com estas fronteiras sem sentido, vá conhecer a realidade do nosso país.

Um conselho, parta sem ideias pré-concebidas e com a mente aberta, de forma a tirar as suas próprias conclusões.

1 Comments:

Blogger Eliana Duarte said...

É caso para dizer: Liberta as correntes da tua alma e libertarás as correntes do teu corpo... e com toda a razão.
Um beijo

05/06/05, 23:40  

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