14 dezembro, 2010

RÚSSIA & MONGÓLIA IV

"19h00, 19 de Setembro de 2010, na estação de comboio de Irkutsk

Zdrast vuitsié

Estou na sala de espera da estação de onde vou partir num comboio em direcção à Mongólia. Um comboio nocturno até a fronteira e depois uma camioneta até Ulaanbaatar, a capital da Mongólia. Pena fazer o primeiro trajecto de noite pois este troço da linha que circula à volta do lago Baikal, tem as melhores paisagens de todo o Trans-Siberiano.


De qualquer modo, já dediquei os últimos 3 dias nas margens do Baikal. É o lago mais fundo do mundo que chega a atingir 1637 metros de profundidade. E os movimentos de placas tectónicas continuam a expandir o lago aumentando a sua área e profundidade. Os geólogos acreditam mesmo que um novo oceano se está a formar a partir deste movimento. A água é pura e totaliza 20% de toda a água doce existente no planeta. 80% da sua fauna e flora não se encontra em mais lado algum no planeta. Uma das espécies mais famosas, são leões marinhos de água doce! Por tudo isso, o lago Baikal é um autêntico tesouro biológico.


Depois da longa viagem de comboio não perdi tempo na cidade de Irkutsk. Logo no dia seguinte bem cedo, segui viagem numa carrinha e depois num ferry até a serena ilha de Olkhon. Mesmo antes da chegada dos Russos, a pequena ilha já era povoada pelos nativos asiáticos Buryat que a consideram um pólo de energia da sua religião Shaman, ainda hoje lá praticada. Além do lago, foi a minha oportunidade para visitar uma típica vila da Sibéria com as casas todas de madeira, fornos a lenha, e a típica sauna Russa.


Na viagem de camioneta, encontrei a minha companhia destes últimos dias. Dois espanhóis de Barcelona, e dois australianos. Além deles, muitos turistas Russos que nos últimos anos têm populado a ilha no Verão.


Além de contemplar a beleza natural da ilha, foram também dias de diversão e convívio. Em todo o lado, os locais partilham garrafas de Vodka em sucessivos brindes. Participei sempre apenas como espectador, mas no final também cheguei a “arrumar” os estragos!


Tirando a viagem que ainda falta, termino assim a minha curta visita à enorme Rússia. Fica quase tudo por conhecer, mas também fica uma boa impressão para repetir mais tarde."



Filipe Tavares


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