20 outubro, 2005

PONTE INTERCONTINENTAL 8

Um dos aspectos na cultura turca que me surpreendeu e que os distingue dos demais povos islâmicos é não acederem ao chamamento das mesquitas para oração! A justificação encontra-se no esforço de ocidentalização feito por Atatürk.

Não é novidade que para se compreender um país é necessário conhecer a sua história:

A riqueza do legado histórico das várias civilizações que ocuparam a Turquia exerce uma magia especial sobre quem a visita e é um dos principais argumentos para que seja actualmente o décimo país mais visitado no mundo.

A primeira civilização importante foi a Hitita que chegou a fazer frente aos Egípcios. Seguiram-se os Persas e os Macedónicos, até que no século VIII a.C. os Gregos fundaram Bizâncio.

A península da Anatólia berço dos rios Eufrates e Tigre assistiu no século II a.C. à expansão do império Romano que culminou com a conquista de Bizâncio agora denominada de Constantinopla.

No século XI um processo de islamização originou a desintegração do império Bizantino, passando Constantinopla a chamar-se Istambul sede do novo império Otomano.

Este encontrava-se em franco declínio no início do século XX, e nem mesmo a repressão exercida sobre a população arménia que representou o genocídio de mais de um milhão, travou a queda do império. A estocada final ocorreu com a derrota na I Guerra Mundial que marcou o nascimento da Turquia moderna.

A consolidação desta nova república deve-se a Mustafa Kemal Atatürk. A sua face e o seu nome estão por toda parte na Turquia, consequência dos seus esforços de ocidentalização que impulsionaram a modernização da sociedade turca.

Após anos de repressão e tentativas para a supressão da cultura e identidade curda, a etnia, que representa 18% dos actuais 70 milhões de cidadãos turcos, desenvolveu um sentimento separatista provocando um confronto armado que resultou na morte de 50 mil pessoas entre 1984 e 1999.

A actual pretensão para aderir à UE incentivou a introdução de algumas reformas como a equiparação de direitos entre homens e mulheres, a abolição da pena de morte e a autorização do uso da língua curda. Mas a questão do Chipre, o avanço de partidos islâmicos, a repressão aos curdos e a segregação da mulher continuam a assustar a velha Europa.

PRÓXIMA CRÓNICA: [PONTE INTERCONTINENTAL 9]

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este meu colega é um "espectáculo" !, já lhe disse que o "invejo" e é verdade, não somente pelo facto de viajar por este Mundo, mas sobretudo pelo facto de "VIAJAR" no MUNDO, descobrindo efectivamente aquilo que ninguém procura, porque a diferença entre ele e "nós" é que ele busca uma identidade em cada país que visita e nós procuramos o nome do país, o tempo, e pouco mais.....

27/10/05, 09:41  

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