24 agosto, 2005

MISSÃO POSSÍVEL: CHINA 9

"É difícil encontrar um local no Mundo que ainda não tenha sido já explorado. Mesmo os locais mais isolados e as culturas mais fechadas são afectados pela globalização e pela exploração do turismo. É algo frustrante viajar para um local e encontrar um cenário cuidadosamente preparado para os turistas ou uma cultura totalmente distorcida pela globalização. Se por um lado viajar se torna muito mais acessível e cómodo, por outro fica a dúvida da genuinidade.

O Tibet foi talvez o local mais genuíno que eu já visitei. Aberto aos estrangeiros há pouco tempo, a presença dos mesmos continua a ser um fenómeno. Apercebi-me disso principalmente quando sai da capital numa expedição de 3 dias ao lago Nam-Tso.
Partilhei um jeep com um Espanhol, um Inglês, uma Chinesa, e o condutor Tibetano que cismava em tocar vezes sem conta a mesma cassete de música popular Tibetana.
[Máquina fotográfica]
As atribuladas estradas de terra batida permitiam viajar lentamente pelas montanhas, e cada paragem para uma fotografia ou descanso era aproveitada por Bamba, o nosso condutor, para dar uns ajustes ao motor do velho jeep. O caminho até ao lago revelou uma série de locais interessantes.

Em todos eles a nossa presença suscitava muita curiosidade. Todos nos sorriam e cumprimentavam. As nossas máquinas fotográficas digitais provocavam várias reacções. Tanto adoravam reverem-se no pequeno ecrã e exigiam mais fotos, como fugiam da máquina.


[Festival Cavalos]
Os festivais e corridas de cavalos são frequentes nas aldeias do Tibet. Por um dia falhamos as corridas numa localidade mas já estavam presentes algumas centenas de Tibetanos provenientes de várias tribos, e mais continuavam a chegar de cavalo ou de tractor. Entretanto assistimos a danças populares e um festival de roupas tradicionais.

O mosteiro de Tidrium foi o local de descanso da primeira noite mas antes foi possível visitar a aldeia e conhecer os seus habitantes. O mosteiro é frequentado por várias mulheres monges e durante o dia é possível vê-las a rezar, estudar, e até a dançar. Uma dança muito básica, até eu consegui participar depois de insistentes convites. Além do mosteiro e de uma fantástica paisagem, Tidrium é presenteado com umas fontes termais a 40ºC onde homens e mulheres podem tomar banho em piscinas separadas.


[NamTso Lake]
O lago Nam-Tso situa-se a 5100 metros de altitude e é tão grande que se perde no horizonte. O barulho de pequenas ondas até faz lembrar o mar. É possível alugar uma típica tenda Tibetana e dormir nas suas margens. De manhã enquanto passeava pelas margens, juntei-me a uma pequena família que por lá também passeava. Apesar de ser impossível comunicar com eles, no final ensinaram-me a arremessar pedras com uma funda.

De volta a Lhasa, restabeleci a minha boa disposição física pela descida de altitude. Estar a 5100 metros não é brincadeira nenhuma. Ainda deu tempo para as últimas compras de lembranças. No dia seguinte ia começar a minha triste viagem de 2 dias de regresso a Portugal. "

-Filipe Tavares

末端 (FIM)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De tudo o que li ou vi me ficou a sensação de uma viagem fascinante ... A primeira imagem (menina Tibetana) é deliciosamente ternurenta, ... as restantes exóticas e majestosas. Novas aventuras, momentos aliciantes, por vezes também feitos de cansaços e fadigas, mas sempre enriquecedores te esperam em novas paragens. Aproveita! Boas férias para ti e para o Helder do fundinho do coração! Ri(Queta)

30/08/05, 17:29  

Enviar um comentário

<< Home